Olá amores, hoje venho falar de
um assunto muito sério. Aparência. Nossa sociedade sempre deu uma importância
desnecessária à aparência. O que eu aparento é realmente o que sou? Creio que
não. Minha breve experiência com o que chamamos beleza começou bem cedo, nunca
me achei bonita, nunca mesmo. Sempre fui magra, cheia de espinhas, e com o
“cabelo ruim”. Muito novinha comecei a brigar com a balança, inútil... Eu não
engordo. Posso comer o quanto quiser e não engordo nada. O meu rosto sofreu com
os meus péssimos hábitos alimentares, era horrível, dominado por uma enorme
quantidade de espinhas. E o cabelo? Nossaaaaa... Sempre achei cabelo cacheado a
coisa mais linda do mundo! Tinha amigas na escola que ostentavam cachos
simplesmente divinos, já os meus cachinhos que não recebiam os cuidados
devidos, ficavam sempre escondidos, amarrados. Lembro-me de uma vez que os
soltei, estava feliz, meu cabelo com bastante volume, estava amando meus cachos...
Até que me olham e falam: “Prende esse
cabelo, esta parecendo uma bruxa”... Ouvir isso no auge dos meus 14 anos
não foi fácil. Prendi e não soltei mais. Depois disso, o que mais desejei foi uma
pranchinha, coisa que na época custava bem caro e pra minha situação financeira
era impossível ter. Bem... Poderia passar horas aqui relatando coisas horríveis
que já ouvi sobre meus cabelos. Essas memórias machucaram meu coração e
marcaram minha vida negativamente. Ver hoje pessoas se aceitando, amando-se como
são, demonstrando aos pequenos que ter cachos não é feio, muito pelo contrário,
faz meu coração saltar de felicidade e preencher-se de paz sabendo que essas meninas que assim como eu,
tem seus cachinhos e não sofrerão por
não corresponderem o que a sociedade denomina de “bonito”. Aos 17 comecei a
passar alisantes, dos mais variados tipos e marcas. Exalavam mau cheiro, baniam
meus cachos e me afastavam de mim mesma. Fui escrava por longos 10 anos.
Trabalha a semana toda em dois expedientes (manhã e tarde), no sábado resolvia
alguma coisa, e no domingo a cada 2 meses eu passava o dia no salão. Chegava
umas 7:30 ou 8:00 e só saia 12 horas
depois. Na época me parecia a única alternativa, o único meio de me sentir bonita.
Me sentir “aceita”. Até que parei, pensei e refleti... Questionei-me o que
estava a fazer, então percebi que estava “sendo” escrachadamente enganada e
forçada a fazer algo que “disfarçava” o meu verdadeiro EU. 09 de fevereiro de
2014, o último dia que alisei o cabelo. Estou em transição (retirada da parte
lisa para o surgimento de lindos cachos), período muito difícil na vida de uma
mulher. Até a data de hoje (19 de dezembro de 2014) venho cuidando mais dos
meus bebelos para que retorne toda sua originalidade, retocando-o com devidos
produtos e executando pequenos cortes (retirada), para isso eu aprendi a cortar
o cabelo sozinha. Hoje resolvi ser um pouco mais “radical” e não fazer apenas
um pequeno corte, retirei toda a parte lisa do meu cabelo de uma vez, agora
espero o retorno total dos meus lindos cachinhos!
Bieijinhos!




















